Perdeu o sonho pela manhã,
Num suspiro, depois da morte,
Parida por (uma) vida vã
E, beijado foi, à revelia do norte.
Agracia a eterna viagem,
Que faz parte de um novo conto,
Onde é dono de outro lençol,
Onde é perpétua a vantagem.
Quer ser outro sem mudar.
Quer ser vento sem soprar.
Foge das velas da ilusão
E encontra a vida na escuridão.
Vagueia por trás da razão…
…E muda de rumo…
…E caminha sem chão.
Dorme escondido na raia,
Entre o abismo e o caos.
Desaprende esquecido na praia,
Perdido, vive entre as naus.
Sente-se jovem mas já não sonha.
Sente-se livre mas não alcança.
Quer ser tempo no vento que sopra...
Sente-se rico e eterno nas lembranças.
Sente-se jovem mas já não sonha.
Sente-se livre mas não alcança.
Quer ser tempo no vento que sopra...
Sente-se rico e eterno nas lembranças.
Porque a liberdade
Vive mais na mentira
Do que na verdade,
Está, este mundo, perdido,
Nas mãos de povo errante,
De um povo livre em desatino.
A. Pires
- Pipó -